5.28.2010

A invasão cultural do velho século

 
Principais mudanças dos anos 60 vieram do setor cultural e político

Na década de 60 e, por conseqüência, o restante do século XX, sofreram drásticas mudanças em todos os seus setores. A começar pelo feminismo e os movimentos em prol dos negros e homossexuais nos Estados Unidos, como também em solo brasileiro houve a criação de Brasília, nova capital do País, o golpe de 64 – que trouxe com ela a ditadura militar – e a criação de um novo gênero musical, o MPB. Em poucas linhas, já se nota a presença da revolução cultural, elaborada e discutida na obra “Era dos Extremos – O Breve Século XX”, de Eric Hobsbawn.

A juventude, principal agente social independente dessas transformações, criou, segundo o texto uma "consciência própria”, que cresceu diante dos conflitos da geração do sexo e também por conta dos entraves da Guerra Fria, ocorrida entre 1947 e 1991, entre os Estados Unidos e a União Soviética (URSS). Não obstante, crises nas regras familiares tornaram-se o estopim para que a revolução acontecesse, ocasionando o “rompimento dos fios que antes ligavam os seres humanos em texturas sociais”. Com isso, a “nova cultura jovem”, denominada desta forma pelo autor, desenvolveu características próprias, até mesmo peculiares para a época. Três dessas propriedades valem ser mencionadas: nos Estados Unidos e Europa, a idade eleitoral mudou para 18 anos; a dominação dos jovens nas economias de mercado desenvolvidas; e, não menos importante, o internacionalismo de objetos como a calça jeans e de estilos, exemplificado através do rock, da banda inglesa Beatles.

No Brasil, a década de 60 colaborou para a revolução cultural, como também no comportamento juvenil. As famosas artes – teatro, música, cinema e literatura –, bem como a política e a economia, foram áreas que sofreram as maiores transformações. Houve a criação, em 1965, do Festival de Música Popular Brasileira e também do programa Jovem Guarda, que incentivou a abertura do movimento de mesmo nome, que buscava a identidade própria dos jovens, um espaço que fosse destinado somente a este grupo. A Tropicália veio nesse mesmo caminho, como também os filmes de Glauber Rocha (Deus e o Diabo na Terra do Sol e Terra em Transe), além da transmissão realizada em cores através da televisão, a geração Beat, desenvolvida através do livro On The Road, de John Kerouac. Neste período, a cultura brasileira aperfeiçoou-se e dinamizou a economia brasileira, seja com vestidos coloridos usados na época como também pela compra de vários outros produtos deste mercado cultural, como livros, LP’s e filmes.

Enfim, a vasta quantidade de acontecimentos tornou claro e possível os novos rumos que a sociedade tomaria nos anos seguintes, freadas e detidas temporariamente pela ditadura militar, ocorrida no período de 1964 a 1985. Com isso, muito se perdeu como, por exemplo, grandes escritores, jornalistas e simpatizantes da queda da ditadura. Mas, mesmo com isso, ainda se viu a reformulação nos conceitos e comportamentos da sociedade. Não somente do Brasil, mas também como aconteceu nos Estados Unidos. Os jovens já não viviam sob seus antigos moldes, mas ansiavam algo que lhe trouxesse alívio, vitória e justiça. Algo que afirmasse que seus novos pensamentos e idéias não eram em vão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

bom apetite!