5.24.2010

Delícia direto de Hiroshima


Por que Hiroshima é considerada a melhor reportagem do século XX

Nem Sangue frio ou Fama e anonimato ultrapassaram  o estouro  do cogumelo radioativo. Ao menos foi o que constatou uma enquete feita há dez anos pela revista The New Yorker. Truman ficou em 22o, Talese em 43o e Hiroshima conquistou o topo do menu com o impressionante 1o lugar.
Lançado um ano após a explosão da primeira bomba atômica em 6 de agosto de 1945, o livro de John Hersey ganhou, de cara, uma edição inteira da revista The New Yorker, tanto que hoje ela ainda é considerada a melhor reportagem do século XX publicada pela imprensa norte-americana.
O autor simplesmente conseguiu traduzir o mais mórbido dos dias em breves 153 páginas. Mas se engana quem pensa que por trás desta da historia, há simples produção. Não. Jersey fez mais do que o esperado, entregou-se de papel e caneta à apuração, ficou dezoito dias ininterruptas no Japão, anotou tudo o que viu e ocorreu. De todos com quem conversou, selecionou apenas seis e pediu para que cada um reavivasse toda a memória ainda fresca do dia do cogumelo. Com um enredo feito de tal forma que os depoimentos freqüentemente se entrelaçam em um cenário atômico digno de Apocalipse, Hiroshima foi meticulosamente confeccionado sob uma aparente ordem direta, prosa concreta ausente de enfeite e frases de impacto, sendo hábil o suficiente para não cair na tentação da pieguice ou do sensacionalismo.
Visto como leitura obrigatória para os interessados na 2o Guerra e para profissionais de Comunicação que anseiam saber como contar uma boa história com precisão, simplicidade e estilo, este livro é um delícia de rosa luminosa dentro do prato jornalístico.

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