6.01.2010

Do milho nascemos

 O Popol Vuh, livro sagrado dos Maias, ganha vida, voz e poesia nas mãos de jovens atores


Para quem gosta de pipoca ou canjica, nem imagina que uma das versões do surgimento do homem é a que ele nasceu do milho. 
Caro leitor não estranhe, mas, a versão acima é contada pelos povos Maias, popularmente conhecidos como povo da profecia de 2010, o povo maia deixou para o homem comtemporâneo o mais antigo registro de formação do mundo contada pela mitologia maia, o Popol Vuh. 
A mitologia pouco conhecida ganhou vida e forma nas mãos do dramaturgo e diretor Antõnio Rogério Toscano e teve a primeira temporada encerrada neste final de semana. O espetáculo "Popol Vuh - Primeiros cantos da escrita do Deus" dirigido por Toscano e encenado pela Formação Onze da Escola Livre de Teatro de Sto André.
O espetáculo livremente inspirado no livro sagrado do povos Maias, o Popol Vuh, conta a história do surgimento do homem pelas mãos dos deuses, primeiros habitantes das terras americanas. Com uma narrativa simples e atores talentosos o jogo de cena é repleto de poesia e sutilezas, a música e a luz funcionam como fios que compõe a trama da história humana. Tudo é desenhado no corpo e na voz que ganham gestos e dramaticidade a cada transição de cena.
O início de tudo: de onde viemos?
Logo na primeira cena, o coletivo de atores esclarecem ao público e compartilham a provocação, longe de ganhar um tom existencialista, acerca do papel sóciocultural da arte. Ao longo do espetáculo a pergunta feita no começo é respondia, o homem gerado do erro dos deuses e o homem parido do acerto ganha vida e voz. As músicas compostas pelos atores sublimam a árdua tarefa humana de venerar a arte, o sagrado e o público.
O homem que ganhou forma de pássaro, jaguar, o homem que do barro foi criado e na terra de desfez...o homem que a madeira deu forma e enrijeceu, após consultar o oráculo surge do alimento filho do sol: o milho, da planta simples e popular nasce o homem que fora gerado para venerar os deuses,aprender com o céu e a sua escuridão...ou explosão...

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